Ibovespa fecha em alta, com Vale, Itaú e varejo; Petrobras recua

Bolsas dos EUA fecham mistas antes do payroll

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2/7/2025

Ibovespa sobe 0,55%, reforçando os ganhos de ontem

O Ibovespa fechou com alta de 0,55%, aos 126.224,74 pontos, subindo 690,67 pontos e consolidando os ganhos de ontem, quando teve alta de 0,31%. Com isso, o mês de fevereiro, que começou negativo, registra agora um pequeno avanço de 0,07%, após um bom desempenho em janeiro. A América Latina foi a região com o melhor desempenho no mercado acionário mundial neste início de ano, após ter sido a pior no ano passado. Os mercados emergentes do Brasil, Coreia do Sul e México foram os mais destacados. O retorno do capital estrangeiro teve impacto positivo nesse cenário.

Dólar também recua

O dólar continuou sua trajetória de queda, registrando uma desvalorização de 0,52%, cotado a R$ 5,764, após uma alta no dia anterior, que interrompeu uma sequência de 12 quedas consecutivas frente ao real — a maior desde o início do Plano Real. No entanto, os cenários globais e internos continuam a pressionar os juros futuros, com os vértices mais longos apresentando alta hoje.

Economia mostra sinais de desaceleração

De acordo com especialistas da XP Investimentos, a desaceleração econômica é um reflexo da política monetária mais restritiva, embora a inflação ainda esteja elevada no Brasil no início deste ano. Em resumo, o Brasil apresenta um começo de ano positivo, mas a alta da inflação e os juros elevados seguem sendo preocupações.

Declarações de Lula sobre a inflação

Em entrevista, o presidente Lula demonstrou menos preocupação com a inflação, acreditando que o problema será resolvido em breve. Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admite uma inflação acima de 4,5%, mas prevê "surpresas positivas" com a safra e o câmbio. Enquanto isso não ocorre, Lula propôs uma medida inusitada para combater a inflação: sugerir que os brasileiros deixem de comprar produtos que considerem caros para forçar a redução de preços. O presidente também atribuiu a alta do dólar à gestão do Banco Central, acusando-o de "irresponsabilidade" e de ter deixado "uma arapuca".

Foco maior em Trump do que no Fed

Internacionalmente, o Banco da Inglaterra reduziu suas taxas de juros, enquanto as bolsas europeias apresentaram ganhos expressivos. Por outro lado, os principais índices de Nova York não conseguiram demonstrar um desempenho robusto.

De acordo com Rodrigo Azevedo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central entre 2004 e 2007, a discussão no mercado, que em 2022 girava em torno do que aconteceria com os juros nos EUA, perdeu relevância no final do ano passado. Agora, o foco mudou para o que Donald Trump fará.

Uma das novidades no cenário atual é a proposta de "tarifa universal". Jamieson Greer, indicado por Trump para o Comércio, afirmou ao Senado que as tarifas universais devem ser avaliadas como uma possível solução para reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos.

Vale e Itaú têm alta na Bolsa brasileira

Apesar do cenário incerto, a Bolsa brasileira tem se mostrado resiliente, longe de ceder ao pessimismo, com o noticiário corporativo desempenhando um papel positivo.

Na terça-feira, o Santander (SANB11) se destacou, após a divulgação de seus resultados do 4T24, embora suas ações tenham corrigido hoje com queda de 0,30%. Já o Itaú Unibanco (ITUB4) obteve um leve ganho de 0,18%, após os resultados do 4T24. Apesar de passar a maior parte da sessão em queda, o banco apresentou um guidance conservador em relação ao crédito para 2025. Segundo Bernardo Guttmann, da XP, o Itaú se mostrou "confortável" com as previsões, mas pode se ajustar se o cenário melhorar.

Outros bancos também tiveram boas performances, com o Bradesco (BBDC4) subindo 1,38% e o Banco do Brasil (BBAS3) avançando 1,15%. A B3 (B3SA3) também contribuiu para o avanço do índice, com uma valorização de 2,09%.

A Vale (VALE3) também teve um bom desempenho, subindo 1,51%, impulsionada pela alta do minério de ferro. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) disparou 7,41% e Lojas Renner (LREN3) teve alta de 2,30%.

Fora do índice, vale ainda citar a decolagem de Gol (GOLL4), com 9,29%, aguardando a fusão com a Azul (AZUL4), que ganhou 3,42%.

Do lado das perdas, Petrobras (PETR4), com baixa de 0,19%, em mais um dia de queda do petróleo internacional.

Nesta sexta, mais atenção e nada a ver com Trump. É que os EUA divulgam o mais importante relatório sobre o mercado de trabalho, o preferido do Fed, que é o payroll, que entrega taxa de desemprego, número de vagas abertas e mais. É só um pouco mais de preocupação para terminar a semana. (Fernando Augusto Lopes)

Confira as últimas dos mercados

Ibovespa: AMOB3 termina dia como a maior queda; veja lista

Dia (%) Valor(R$)
AMOB3 -6,90 0,27

EMBR3 -2,82 64,50

VAMO3 -2,29 4,27

HAPV3 -2,16 2,27

CXSE3 -1,75 14,57