Milei nega desvalorização do peso e diz que economia argentina não está sob pressão

"O dólar não só não tem combustível monetário para subir, como ao contrário, pois de fato estão faltando e faltarão pesos conforme os meses passam", escreveu o presidente

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2/7/2025

O líder da Argentina, Javier Milei, rejeitou a noção de uma desvalorização iminente do peso, destacando que a economia do país não enfrenta pressão para tal. “O dólar não só não tem combustível monetário para subir, como ao contrário, pois de fato estão faltando e faltarão pesos conforme os meses passam”, escreveu o presidente em um artigo no jornal La Nación.

Milei também contestou as declarações sobre a suposta necessidade de desvalorização do peso argentino. De acordo com ele, os debates acerca do tipo de câmbio real frequentemente desconsideram a chance de valorização da moeda. “Quando o tipo de câmbio real começa a cair, os economistas, como um disco arranhado, começam a disparar alarmes sobre atraso cambial sem sequer considerar o caso de uma apreciação do peso”, publicou Milei.

O chefe de Estado também contestou as comparações com os modelos econômicos de administrações anteriores, como o “padrão Kirchnerista”, que, de acordo com ele, se baseia em déficits fiscais e emissão de moeda. “Sob o modelo atual, não há déficit fiscal, a inflação está em queda, a brecha cambial está nas mínimas históricas e as reservas aumentaram. Portanto, não estamos no caso kirchnerista”, garantiu Milei.

Além disso, ele apontou que a real situação econômica do país pode ser analisada por meio de indicadores como o PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra.

O governante argentino ressaltou que os mais críticos cometem “erros metodológicos graves” ao abordar o assunto. “Ninguém pode determinar o vetor de preços de equilíbrio geral intertemporal de onde se deriva a afirmação de que o tipo de câmbio está atrasado”, afirmou, esclarecendo que esse cálculo depende de variáveis difíceis de prever, como as decisões dos consumidores e os avanços tecnológicos que influenciam a economia.