

O prefeito Eduardo Paes (PSD) está prestes a formalizar um pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o Rio de Janeiro seja oficialmente reconhecido como a capital honorária do Brasil. A solicitação, que será encaminhada na próxima semana, tem o apoio de um estudo de 61 páginas elaborado pela prefeitura.
Paes propõe que o decreto presidencial seja assinado em julho, durante a cúpula do Brics, evento internacional que será realizado na cidade, o que ajudaria a reforçar a imagem do Rio como um importante centro cultural e político do país.
De acordo com Paes, o pedido é simbólico e visa corrigir injustiças históricas, como a transferência da capital para Brasília em 1960 e a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro em 1975, ambos considerados atos prejudiciais à cidade.
O prefeito afirma que a medida não implicaria em aumento de verbas ou desvinculação do governo estadual, mas sim em uma valorização do papel do Rio no cenário nacional e internacional.
O pedido de Paes não seria uma novidade para Lula, com quem o prefeito já discutiu o assunto. Ele menciona que a conversa incluiu uma brincadeira do presidente sobre Salvador, a qual Paes respondeu destacando a importância histórica do Rio.
O estudo que embasa a solicitação analisa a concessão do título por meio de decreto, ao invés de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), e sugere várias ações complementares, como a proibição de transferências de órgãos federais do município e a revitalização de bens imóveis na cidade.
As propostas incluem a criação de um comitê para a gestão do patrimônio federal no Rio, a priorização da conclusão de projetos inacabados e a reinstalação de órgãos culturais e administrativos federais na cidade.
O documento ressalta que a retirada da capital do Rio e a fusão dos estados contribuíram para a decadência econômica da cidade, evidenciando a necessidade de reparação histórica.
Paes acredita que o Rio de Janeiro possui o potencial para ser considerado a capital internacional do Brasil, dada sua longa tradição de sediar eventos de grande porte e sua posição como imagem do país no exterior. Ele cita exemplos internacionais, como Bonn, na Alemanha, que, apesar de não ser a capital administrativa, mantém um status de importância simbólica.