Queda do dolar

Moeda norte-americana apresenta forte desvalorização desde janeiro, com ausência de tarifas mais fortes por parte de Donald Trump

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2/7/2025

Cenário interno também influencia na queda do dólar, afirma economista

A decisão do governo Donald Trump nos EUA de não impor novas tarifas sobre importações tem contribuído para aliviar a pressão sobre diversas moedas frente ao dólar no final de 2024, incluindo o real.

No entanto, Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, ressalta que fatores internos também têm papel importante na desvalorização da moeda americana, que recuou 6,7% em relação ao real.

Ele destaca que a ata da última reunião do Copom adotou um tom mais rígido, sinalizando preocupações com a inflação, o que reforçou as apostas de que os juros possam subir além do 1 ponto percentual já esperado. Esse aumento no diferencial de juros entre Brasil e EUA pode fortalecer a moeda brasileira.

Além disso, a recente queda na popularidade do presidente Lula pode levar o governo a adotar uma postura mais austera na área fiscal, o que, na visão do mercado, também ajudaria a valorizar o real.

Dólar fecha em alta e atinge R$ 5,76

O dólar encerrou o dia com uma queda de 0,52%, cotado a R$ 5,763, o menor valor desde 18 de novembro. A moeda seguiu a tendência observada em outras divisas da América Latina, que se fortaleceram no final da manhã. No acumulado do ano, a moeda americana já registra uma desvalorização de 6,73% frente ao real.

Os investidores estiveram atentos à divulgação de dados que reforçam a percepção de desaceleração do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Segundo Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos, esse cenário pode abrir caminho para novos cortes nos juros americanos, o que tende a beneficiar a moeda brasileira.

Embora o futuro da política monetária dos EUA ainda seja incerto, o especialista aponta que a divulgação de mais indicadores que confirmem o enfraquecimento da economia pode fortalecer a expectativa de pelo menos mais dois cortes nos juros.